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Dia Mundial da Trombose: conheça mais sobre e previna-se dessa doença que mata uma em quatro pessoas no mundo
Hoje dia 3 de outubro, médicos, legisladores e outros profissionais da saúde de todo o mundo promovem o Dia Mundial da Trombose – uma campanha que tem como objetivo alertar a população sobre os perigos dos coágulos de sangue - atualmente, um problema de saúde global urgente e crescente. A campanha, promovida pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH, sigla em inglês), conecta e capacita mais de 3.000 organizações parceiras e indivíduos de mais de 120 países para unir forças na conscientização, tratamento e prevenção da doença.
A trombose, comumente conhecida como coágulos de sangue, pode ser responsável pelo desencadeamento de uma série de condições médicas potencialmente fatais, como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e tromboembolismo venoso (TEV). “O TEV ocorre quando um ou mais coágulos se formam em uma veia profunda, mais frequentemente na perna, e viajam pela
“Apesar do fato de uma em cada quatro pessoas em todo o mundo morrer de doenças causadas por coágulos sanguíneos, eles são uma condição pouico conhecida e uma questão séria de saúde pública”, explica a Profª. Beverley Hunt, presidente do Comitê Diretor do Dia Mundial da Trombose.
Com base nesse cenário, a Dra. Joyce Annichino aponta e explica abaixo quais são os principais cernes da campanha do Dia Mundial da Trombose em 2021.
Trombose relacionada à COVID-19
Recentes pesquisas mostram que a COVID-19 torna o sangue mais “pegajoso”, o que pode aumentar o risco de coagulação. Além disso, os pacientes hospitalizados com COVID-19 enfrentam riscos adicionais de coágulos sanguíneos. “Estima-se que 5% a 10% dos pacientes internados em enfermaria com coronavírus tenham apresentado algum evento trombótico durante o tratamento, podendo chegar a 30% para pacientes internados em UTI – taxas muito altas se comparadas ao período pré-
Esse ano, a COVID-19 fez com que a trombose ganhasse grandes holofotes nos principais jornais do mundo. Isso porque, além de contribuir para o desenvolvimento de trombose, coágulos de sangue foram apontados como um efeito colateral muito raro para certas vacinas COVID-19. “Após um ano turbulento causado pela pandemia da COVID-19, infelizmente vimos um aumento nos casos de trombose relacionados à pandemia”, comenta a Profª Bervely Hunt. “O risco de coágulos em pacientes de COVID-19, assim como outros casos associados a hospitais, pode ser reduzido com o uso de tromboprofilaxia - os anticoagulantes.”
Trombose associada ao hospital
Pacientes hospitalizados apresentam um risco aumentado de coágulos sanguíneos devido à imobilidade e/ou cirurgia. Cerca de 60% de todos os casos de tromboembolismo venoso ocorrem durante ou dentro de 90 dias de hospitalização, tornando-se a principal causa de morte hospitalar evitável. “Um dos fatores que contribuem para a formação de coágulos é a estase – a estagnação do sangue. Esse quadro é muito comum em pessoas hospitalizadas, acamadas ou com pouca mobilidade”, afirma a médica.
Trombose relacionada ao câncer
Pacientes com câncer têm quatro vezes mais probabilidade de desenvolver um coágulo sanguíneo grave em comparação com a população em geral. Este risco aumentado é impulsionado por fatores como cirurgia, hospitalização, infecção e distúrbios de coagulação genética por fatores específicos desse tipo de doença, incluindo tipo, histologia, estágio da malignidade, tratamentos e certos biomarcadores.
Trombose específica de gênero
Pílulas anticoncepcionais orais à base de estrogênio, terapia de reposição hormonal e gravidez são fatores de risco de coágulo sanguíneo para as mulheres. Elas têm cinco vezes mais probabilidade de desenvolver um coágulo sanguíneo durante a gravidez e cerca de uma em cada 1.000 mulheres grávidas desenvolverá uma trombose. “O uso de alguns anticoncepcionais podem fazer com que a paciente tenha o aumento de alguns fatores de coagulação e a diminuição de anticoagulantes naturais. Tudo isso pode favorecer a trombose”, explica a médica.
Como se prevenir
Aproximadamente 10 milhões de casos de trombose ocorrem anualmente em todo o mundo, mas a condição pode frequentemente ser evitada com detecção e tratamento precoces. A campanha do Dia Mundial da Trombose convida os profissionais de saúde a fornecer avaliações obrigatórias de risco da doença a todos os pacientes hospitalizados. Além disso, a campanha incentiva o público, incluindo os pacientes, a defender uma avaliação de risco para a doença.
O Dia Mundial da Trombose compartilha estas dicas importantes para ajudar a prevenir coágulos sanguíneos:
Fique ativo e hidratado. Defina um alarme de hora em hora e use esse tempo para se levantar, caminhar e se espreguiçar. Ficar estagnado por longos períodos pode aumentar o risco de coágulos sanguíneos. Beba bastante água para prevenir a desidratação, que pode fazer com que o sangue engrosse, resultando em coágulos sanguíneos.
Conheça os sinais e sintomas de um coágulo sanguíneo. Os sinais de alerta a serem observados são dor e sensibilidade nas pernas, vermelhidão e inchaço, falta de ar, respiração rápida, dor no peito e tosse com sangue.
Solicite uma avaliação de risco de trombose. Todos os indivíduos, especialmente aqueles que estão hospitalizados, devem pedir ao seu profissional de saúde uma avaliação de risco de TEV, um questionário que reúne informações médicas para discernir os fatores de risco potenciais de um paciente para o desenvolvimento de coágulos sanguíneos.
Para saber mais sobre coágulos sanguíneos, visite www.worldthrombosisday.org.
Trombose: conheça os principais sintomas e dicas para sua prevenção
A pandemia do coronavírus, além de levar a vida de milhares de pessoas no Brasil e no mundo, trouxe um alerta importante sobre outra doença igualmente perigosa e relacionada à infecção: a trombose. Essa é uma obstrução causada por coágulos de sangue em veias ou artérias, que pode resultar em quadros graves, como AVC, infarto agudo do miocárdio, embolia pulmonar e até a morte.
Estima-se que de 10% a 15% dos pacientes internados com infecção pelo coronavírus em enfermaria tenham apresentado algum evento trombótico. Em casos de pacientes na UTI, esse número pode chegar a 30% – taxas muito altas se comparadas ao período pré-pandemia. A infecção causada pelo SARS-COV-2 pode danificar a camada interna da parede dos vasos sanguíneos chamada de endotélio, como explica o Dr. Marcelo Melzer Teruchkin, cirurgião vascular do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH). “Essa é uma parte responsável por não permitir que o sangue coagule, então se o vírus danifica essa camada, a deixa mais propensa à formação de trombo”.
É importante salientar que maioria dos quadros de trombose não estão associados à COVID. Especialistas alertam que os principais fatores de risco para trombose são idade acima de 60 anos, tabagismo, obesidade, imobilidade,
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
A trombose das artérias do coração (coronárias) pode se apresentar com quadro clínico de dor torácica, de forte intensidade e aperto no peito que pode se irradiar para o braço esquerdo, ombro, região da mandíbula e até abdome. Essa pode estar associada à falta de ar, sensação de desmaio, palidez, náuseas, sudorese e palpitação.
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Quadro de dor intensa na cabeça, convulsão, perda de consciência, confusão,
EMBOLIA PULMONAR
A obstrução da circulação pulmonar pode se apresentar com dor torácica em pontada ou aperto, falta de ar, palpitação, tosse, febre de baixo grau e cianose (face e extremidades do corpo arroxeadas).
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
A trombose do sistema venoso de uma das pernas ou braços pode ocasionar dor intensa, inchaço, enrijecimento
OCLUSÃO ARTERIAL AGUDA DE EXTREMIDADES
A obstrução aguda de uma artéria da perna ou do braço pode levar a dor intensa, palidez, formigamento, resfriamento, dificuldade de movimentação e ausência de pulsação.
Como evitar?
O primeiro e mais importante passo é se manter ativo fisicamente e conservar boas práticas de saúde. Para a Dra. Joyce Annichino-Bizzacchi, hematologista e professora do departamento de clínica médica da Unicamp, no caso de lesões em atividades físicas, é importante prestar atenção
Covid-19 e estilo: entenda o que esperar da moda pós pandêmica
Desde o início do ano passado, a pandemia interrompeu diversas atividades presenciais, porém com a retomada dos eventos sociais, as pessoas encaram um novo desafio: olhar para os próprios armários e tirar da gaveta roupas que, durante os últimos dois anos, não viram a luz do sol. Pode até parecer que o mundo parou durante esse período, mas a verdade é que ele continuou se movimentando, inclusive a moda.
Márcio Ito, professor do curso de moda da Faculdade Santa Marcelina, explica que a busca por roupas tomou um novo rumo durante o período de isolamento: “a pandemia tem feito esse ajuste de ampliar o alcance de produtos que já existiam no mercado, como pijamas e moletons”.
Ito explica que esse efeito foi enfatizado pelo próprio mercado: “A pandemia foi um fator importante para ampliar os olhares de produtos que existem na moda. Vimos lives com artistas que usavam pijamas. A pandemia fez com que você concentrasse seu campo de visão em um espaço pequeno, que direcionava o consumo desses produtos”.
A busca pelo conforto foi grande. No entanto, um certo nível de formalidade continuou sendo exigido. Isso aconteceu porque, mesmo em home office, as pessoas precisavam abrir a câmera e mostrar a parte de cima do corpo. De acordo com o especialista, isso gerou um aumento no consumo de malhas e camisetas confortáveis, mas com aspecto mais formal.
Um exemplo de estilo que aumentou durante a pandemia foram os moletinhos. Compostos por um conjunto de moletom com corte mais arrumado, essas opções de roupas são, além de confortáveis, fashion. O professor explica: “os
No entanto, nem tudo são flores na volta do trabalho presencial. Mesmo com a ascensão do conforto, Márcio acredita que não há uma perspectiva desse estilo dominar os escritórios: “Empresas que tem um dress code específico dificilmente aumentarão a liberdade dos seus colaboradores. Pode até ser que aumente a flexibilidade, principalmente no modelo híbrido. Mas ainda haverá uma necessidade do dress code em reuniões”.
Por outro lado, é certo que o mundo digital aumentou a preocupação com a parte de cima na hora de se vestir. Desde o início da pandemia, muito se fala das pessoas se arrumarem da cintura para cima, visando sempre a apresentação em vídeo chamadas. De fato, isso pode ter impulsionado uma nova tendência: “Há uma preocupação maior com a parte de cima. Talvez as empresas passem a trazer blusas e croppeds com mais facilidade de combinações com a parte de baixo, promovendo uma pluralidade de looks”, completa Ito.
Risco de trombose relacionada à COVID-19 pode ser bem maior do que pela vacinação
Especialista explica a relação entre a infecção e formação de trombos e porque a vacinação é o melhor caminho
Um recente estudo, conduzido pela Universidade de Oxford, demonstrou que os riscos de desenvolvimento de trombose como consequência de uma infecção por COVID-19 podem ser de oito a dez vezes superior aos casos decorrentes de vacinas. A conclusão da pesquisa “Trombose Venosa Cerebral e Trombose da Veia Porta: Um Estudo de Coorte Retrospectivo de 537.913 Casos de Covid-19” (em livre tradução) vem ao encontro de
As tromboses induzidas por vacinas contra o coronavírus tendem a atingir vasos não usualmente envolvidos pelas tromboses de forma geral, como veias cerebrais e de órgãos, como baço e fígado. “Essas não são as tromboses que a gente normalmente vê no dia a dia. Os casos mais comuns acontecem em veias das pernas e braços, por conta do uso de hormônios, obesidade, inatividade, situações específicas como a gestação e o puerpério, câncer ou alguma predisposição genética, conhecida como trombofilia. Casos
“Inicialmente essas tromboses, denominadas VITT (trombose e trombocitopenia induzidas por vacina, em livre tradução do inglês), eram tratadas com o medicamento padrão chamado
Ainda não se sabe ao certo o motivo da relação entre algumas vacinas da COVID-19 e a formação de coágulos de sangue, que podem evoluir para tromboses. No entanto, o que os estudos demonstram é que a incidência desse quadro pode variar entre um caso para 125 mil vacinados até um caso para 1 milhão de vacinados. Por outro lado, o risco de trombose por COVID-19 é em média 16,5
O médico relata que essas vacinas específicas são desenvolvidas a partir de adenovírus de macacos ou humanos que não nos acarretam infecção. “A vacina insere o adenovírus no organismo humano juntamente com uma pequena partícula do vírus da COVID. Isso faz com que o sistema imunológico interprete essa composição como algo
Relação entre a COVID-19 e a trombose
A infecção causada pela COVID-19 não afeta somente os pulmões, mas também pode comprometer a camada interna da parede dos vasos sanguíneos. “Essa parte, chamada de endotélio, é uma das responsáveis por não permitir que o sangue coagule. Nesse caso, se o vírus danifica essa estrutura, o deixa mais propenso à formação de trombo”, explica Dr. Marcelo.
A relação entre a COVID-19 e a presença de tromboses gerou, no meio médico, discussões, não somente acerca das consequências da infecção, mas também sobre qual seria o tratamento mais adequado. Isso porque o paciente infectado além de apresentar risco aumentado de trombose, também tem risco de sangramento. “Até o momento, um paciente com diagnóstico de infecção pelo coronavírus que necessita de internação deve receber
Retomada da vida social é motivo de angústia para algumas pessoas: como lidar?
Depois da pandemia, podemos enfrentar uma epidemia de obesidade e dores crônicas
Depois de enfrentar a pandemia do novo coronavírus, o Brasil pode assistir a uma epidemia de obesidade, a um aumento das doenças cardiovasculares e das dores crônicas. Esse cenário se deve a uma combinação perigosa entre o aumento do sedentarismo, do tabagismo, do consumo de bebidas alcoólicas e da mudança nos hábitos alimentares provocados pelos meses de quarentena. “Essa combinação letal de hábitos ruins provocou ganho de peso em boa parte da população e aumentou o sedentarismo. Se não mudarmos esses hábitos, vamos adoecer. Teremos uma epidemia de dores crônicas, um grande aumento de pessoas obesas e subnutridas e um crescimento de todos os males decorrentes da combinação entre obesidade e sedentarismo”, afirma o fisioterapeuta e phD em Neuroanatomia, Mario Sabha.
Os dados sobre a mudança nos hábitos do brasileiro constam no projeto ConVid – Pesquisa de Comportamento, desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De acordo com o levantamento, 62% dos consultados não estão fazendo atividade física e 23% dos fumantes entrevistados aumentaram o uso do cigarro.
doenças cardiovasculares e dores crônicas
O levantamento mostrou ainda uma redução no consumo de alimentos saudáveis e o aumento do percentual de consumo de alimentos não-saudáveis em 2 ou mais dias da semana. “O problema é que quando consumimos muitos carboidratos e gorduras, alteramos nossos hormônios, enzimas, nosso sono e a disposição durante o dia”, completa Sabha.
O phd em Neuroanatomia explica que o hábito de consumir as chamadas junk foods altera nosso organismo, que passa a mandar para o cérebro a informação para consumir mais gorduras e carboidratos. “Com o tempo, nosso tecido adiposo abdominal passa a agir como uma glândula à parte, mandando para o cérebro a informação que precisamos de mais carboidratos e gorduras. Assim, fica ainda mais difícil trocar os pães, doces e fast foods por alimentos saudáveis”, completa.
Para contornar isso, explica Sabha, é indispensável fazer um acompanhamento integral da saúde. “É preciso cuidar da saúde como um todo: corpo e mente estão integrados e conectados e esse olhar é fundamental para a mudança de hábitos e a adoção de uma vida saudável”, finaliza.