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Superexposição em vídeoconferências pode causar estresse, burnout, sedentarismo e obesidade


"Tempo na internet precisa ser ponderado para que o avanço tecnológico não se torne um pesadelo"

São Paulo, 1º setembro de 2021 -   A pandemia obrigou milhares de pessoas a se isolarem para diminuir o contágio do vírus. Trabalho, aulas, cursos, ginástica e encontros, por exemplo, migraram para o mundo virtual. A tecnologia serviu para manter empregos, o contato social e a ajudar no equilíbrio da saúde mental. Mas, o que veio para beneficiar, em excesso, pode ser prejudicial. São muitas chamadas por vídeo e muito tempo de câmera ligada durante o dia para conseguir dar conta de tudo.

Está esgotado? Muitas pessoas estão e sofrem com ele. “Existe muito mais em um encontro do que somente duas pessoas (ou mais) conversando; existe cheiro, ambiente novo, visão periférica, interação pessoal e outras coisas que foram tiradas de nós no mundo totalmente online”, afirma a psicóloga clínica, Karin Kenzler.

A superexposição às câmeras pode causar fadiga, estresse, burnout, problemas de autoestima, dores de cabeça, insônia, sedentarismo e obesidade. Além de poder contribuir para o desenvolvimento de fobias sociais, como ansiedade de falar em público. “Com o excesso de videochamadas vêm as exibições exageradas à própria imagem na tela, a falta de exercícios físicos, os olhares constantes de terceiros, o julgamento, a frustração de não se expressar adequadamente e o desconforto com os outros membros da conversa. São muitos estímulos gerados o tempo todo, é cansativo, suga nossa energia”, explica a psicóloga.

Estar online não significa estar à disposição o dia inteiro. Conseguir dividir esse tempo é difícil, muitas vezes mistura-se tudo e falta tempo para a vida pessoal. Para Karin, praticar exercícios físicos; fazer atividades que tiram da tela, como ler e escrever; procurar ter uma boa noite de sono e fazer pausas durante as reuniões ajudam a diminuir este cansaço.

O uso da tecnologia é necessário, mas precisa passar por alguns ajustes para que o online vire offline às vezes. A psicóloga ressalta que “o tempo na internet precisa ser ponderado para que esse avanço tecnológico não se torne um pesadelo”. Ainda não existem regras, nem trabalhistas e nem de etiqueta para essas situações, mas o ideal é usar o bom-senso e priorizar a saúde mental e física. “Respire mais fora da tela!”.

Depois da pandemia, podemos enfrentar uma epidemia de obesidade e dores crônicas


Depois de enfrentar a pandemia do novo coronavírus, o Brasil pode assistir a uma epidemia de obesidade, a um aumento das doenças cardiovasculares e das dores crônicas. Esse cenário se deve a uma combinação perigosa entre o aumento do sedentarismo, do tabagismo, do consumo de bebidas alcoólicas e da mudança nos hábitos alimentares provocados pelos meses de quarentena. “Essa combinação letal de hábitos ruins provocou ganho de peso em boa parte da população e aumentou o sedentarismo. Se não mudarmos esses hábitos, vamos adoecer. Teremos uma epidemia de dores crônicas, um grande aumento de pessoas obesas e subnutridas e um crescimento de todos os males decorrentes da combinação entre obesidade e sedentarismo”, afirma o fisioterapeuta e phD em Neuroanatomia, Mario Sabha.

Os dados sobre a mudança nos hábitos do brasileiro constam no projeto ConVid – Pesquisa de Comportamento, desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De acordo com o levantamento, 62% dos consultados não estão fazendo atividade física e 23% dos fumantes entrevistados aumentaram o uso do cigarro.


                                                                 Brasil pode enfrentar uma epidemia de obesidade,

                                                                       doenças cardiovasculares e dores crônicas


O levantamento mostrou ainda uma redução no consumo de alimentos saudáveis e o aumento do percentual de consumo de alimentos não-saudáveis em 2 ou mais dias da semana. “O problema é que quando consumimos muitos carboidratos e gorduras, alteramos nossos hormônios, enzimas, nosso sono e a disposição durante o dia”, completa Sabha.

O phd em Neuroanatomia explica que o hábito de consumir as chamadas junk foods altera nosso organismo, que passa a mandar para o cérebro a informação para consumir mais gorduras e carboidratos. “Com o tempo, nosso tecido adiposo abdominal passa a agir como uma glândula à parte, mandando para o cérebro a informação que precisamos de mais carboidratos e gorduras. Assim, fica ainda mais difícil trocar os pães, doces e fast foods por alimentos saudáveis”, completa.

Para contornar isso, explica Sabha, é indispensável fazer um acompanhamento integral da saúde. “É preciso cuidar da saúde como um todo: corpo e mente estão integrados e conectados e esse olhar é fundamental para a mudança de hábitos e a adoção de uma vida saudável”, finaliza.

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