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Covid-19: volta às atividades após isolamento e a saúde mental da população

Covid-19: volta às atividades após isolamento afeta consideravelmente a saúde mental da população

Especialista destaca sintomas de ansiedade entre as pessoas que voltam ao convívio social e não descarta a necessidade de ajuda profissional para casos mais agudos

Isolamento social afeta saúde mental da população, alerta especialista da Faculdade Santa Marcelina
2K Studio/Divulgação


A pandemia da Covid-19 modificou por completo a forma como as pessoas se relacionam. Mudanças impostas de forma abrupta, como o isolamento social, suspensão das aulas, home office e cancelamento de eventos, para conter a propagação do vírus, afetaram consideravelmente a saúde mental de milhões de pessoas. Nas primeiras semanas do distanciamento social no ano passado, grande parte da população brasileira apresentou problemas no seu estado de ânimo. 40% se sentiram tristes ou deprimidos e 54% se sentiram ansiosos ou nervosos frequentemente. E os percentuais foram ainda maiores entre adultos jovens (na faixa de 18 a 29 anos): 54% e 70%, respectivamente, segundado dados da Fiocruz.  

Agora, a atenção se volta Ã  retomada do convívio com outras pessoas e como esse contato direto pode provocar o surgimento de transtornos ligados à saúde mental e ao bem-estar físico. Maria Teresa de Almeida Fernandes, mestre em Ciências da Saúde, psicóloga e professora da Faculdade Santa Marcelina, explica como a população pode dar mais atenção à saúde mental durante o período de isolamento - e agora, com a retomada das atividades graças a adesão da população pela vacina.  

A professora aponta que o distanciamento físico afetou os relacionamentos familiares, sociais e socioeconômicos, ocasionando transtornos mentais, como estresse pós-traumático,; transtornos de ansiedade,; depressão,; síndrome do pânico e outros. Alguns estudos mostram que cerca de 30% das pessoas que tiveram covid-19 irão desenvolver algum sintoma psiquiátrico, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A pandemia tornou visível o aumento dos casos de transtornos mentais que já existiam antes da chegada do vírus, deixando-os mais perceptíveis. As análises continuam e vão desenhando a cada etapa de mudanças significativas no novo cenário da população mundial. 

Para a especialista, há grupos que podem desenvolver mais transtornos por conta de suas atividades, entre eles, profissionais da saúde. Crianças, idosos, doentes crônicos e pessoas com transtornos mentais e que necessitam de maiores cuidados também estão sujeitos a um maior risco. Além dos prejuízos à saúde mental, existem riscos ao bem-estar físico como detalha a professora: “A ação direta do vírus no sistema nervoso central pode ocasionar estresse pelo período de adaptação, fadiga, falta de ar, batimentos cardíacos acelerados, dores nas articulações, perda do olfato e paladar, dificuldade de concentração e outros”. 

Com o ritmo de vacinação cada vez maior, a volta ao convívio social pode desencadear outros sintomas, afinal, foram quase dois anos reclusos, com convivência por telas de celular e computadores., Ao fim da quarentena entraremos em outro período de adaptações às novas situações podendo acentuar ou favorecer o aparecimento de novas enfermidades: “A ajuda profissional se torna necessária quando a pessoa percebe prejuízo na sua qualidade de vida e não consegue retomar às atividades diárias”, finaliza Maria Teresa de Almeida.  


Doenças reumáticas e o Coronavírus


Médica reumatologista, Cláudia Goldenstein Schainberg, esclarece as principais dúvidas aos paciente
Os sintomas mais comuns são de leves a moderados, que incluem febre, fadiga, tosse seca e coriza, além de casos como dores no corpo, congestão nasal, dor de garganta e diarreia.  A grande maioria, cerca de 80% das pessoas se recuperam da doença sem tratamento especial.
O grupo de risco está em pacientes acima dos 60 anos, com outars doenças crônicas como diabetes, bronquites,doenças cardíacas e pulmonares, ou em tratamento de câncer, por exemplo.
Segundo a médica Cláudia Goldenstein Schainberg, é possível que pacientes imunossuprimidos tenham a infecção de maneira mais grave. “Os pacientes reumáticos que usam imunossupressores ou imunobiológicos podem obter maior risco de contrair a doença. Por isso, é necessário que eles se mantenham em casa, distante do contato com aglomerações, lavando as mãos frequentemente e higienizando objetos”, explica a médica.
Segundo a médica, a recomendação é de que pacientes com doenças reumáticas em atividade, como o lúpus, mantenham-se em quarentena. “Caso sintam sintomas semelhantes ao novo coronavírus, como a febre alta e a falta de ar, busquem o médico para avaliação e tratamento”, ressalta.

Uma dúvida frequente dos pacientes é sobre o agravamento da doença reumática se contrair o coronavírus. A profissional explica. “Não existe ainda evidências sobre esse assunto, pois o vírus ainda é muito novo e de curta duração. A comunidade médica está trabalhando arduamente neste sentido, mas tudo ainda é muito recente para conclusões”, ressalta.

Mais uma dúvida dos pacientes é sobre os resultados positivos da cloroquina, agente indicado em muitas doenças reumáticas, anunciado nos últimos dias. “É importante deixar claro que, até o momento, não existem evidências suficientes, que indiquem o uso do medicamento em casos de infecção pelo coronavírus.
A ciência está descobrindo maneiras de combate, mas é importante não se automedicar e buscar auxílio médico com as recomendações de tratamento indicadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e do médico que acompanha o caso”, finaliza Cláudia GoldensteinSchainberg.

Sobre Cláudia Goldenstein Schainberg

Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg é especialista em Reumatologia e Reumatologia Pediátrica. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (1985), mestrado em Medicina (Reumatologia) pela Universidade de São Paulo (1993) e doutorado em Medicina (Reumatologia) pela Universidade de São Paulo (1997).
Fez Fellowship no New England Medical Center e Boston Floating Hospital, Tufts University em Boston, EUA e na Toronto University, Toronto, Canadá (1988).
Atualmente exerce atividades de assistência, ensino e pesquisa na Faculdade de Medicina da USP, onde chefia o Laboratório de Imunologia Celular do LIM-17 e o Ambulatório de Artrites da Infância.
É médica assistente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, atuando nos Ambulatórios de Osteoartrite (artrose), Gota e Espondiloartrites.
Também faz parte do corpo clínico dos hospitais Israelita Albert Einstein, Sírio Libanês e Alemão Oswaldo Cruz.

Como lidar melhor com o isolamento social?


O isolamento social é uma necessidade e muitos de nós serão postos à prova por ele. O quanto sabemos ficar sozinhos? Ou com aqueles que amamos, mas que o trabalho e a correria do dia a dia nos impedem de conviver mais? Até que ponto sabemos lidar com o medo, a dificuldade e a falta? Será que passaremos por essa fase ilesos?
Por Sergio Bastos Jr
O isolamento necessário para tentar estancar o quanto antes a pandemia pelo novo Coronavírus está trazendo à tona nossos maiores medos. Como vai ficar o trabalho, a questão financeira, nossas relações sociais e familiares são perguntas que fazem parte desse imaginário. As principais consequências são um aumento de ansiedade e da depressão, duas doenças consideradas os males da atualidade. Como lidar com esse quadro? Separamos algumas explicações e algumas dicas que podem ajudar.

Um pouco de tudo é quase nada
De uma hora para outra, literalmente, tivemos que mudar nossas vidas. Muita gente está com a vida de pernas para o ar. Há quem possa trabalhar de casa, quem já vivesse um dia a dia mais caseiro, mas uma parte imensa da nossa sociedade tinha a mesma rotina: sair todos os dias para trabalhar, frequentar academia, fazer happy hour ao final do dia, ir a bares e restaurantes no final de semana e ansiar pela segunda-feira.
A necessidade de ficar em casa full time, devido à pandemia do Convid-19 foi um corte brusco nessa rotina. Que, diga-se, não era das melhores, já que estamos vivendo, há décadas, epidemias rotineiras de doenças como depressão e ansiedade. Percebemos, com esse corte, que vivíamos um pouco de tudo e, na verdade, não tínhamos nada. Porque a mudança simplesmente nos tirou o chão. E agora?

O medo nos adoece, essa é a maior verdade
Talvez nossa maior ameaça, depois do próprio vírus, seja o medo, já que ele provoca reações físicas que diminuem a nossa imunidade e nos deixam em constante estado de alerta, ou seja, em estresse. A primeira dica, então, seria rever essa questão do medo. Sabemos que há muita incerteza no ar, que muita gente está perdendo clientes, empregos, mercado. Fácil falar em não ter medo, difícil é exercitar. Mesmo assim, é muito necessário, já que o medo também nos impede de achar soluções e agir de forma assertiva.

Ansiedade e depressão, fuja delas
A Depressão é uma doença silenciosa, geralmente associado a um estado de tristeza constante. Mas o que muita gente não sabe, é que a Depressão pode aparecer como uma apatia, uma introversão, dificuldades com o sono, com a alimentação, com as decisões, mesmo as mais corriqueiras, que temos que tomar todos os dias. Alguma semelhança com o que podemos estar sentindo no “confinamento”?
Já a Ansiedade, enquanto distúrbio, revela uma preocupação excessiva com o futuro e, também, diante de situações corriqueiras da vida, das mais simples até aquelas que não podemos controlar. E se alguém que amo ficar doente? E se eu não puder mais sair para comprar alimentos? E se eu não conseguir me recolocar no mercado de trabalho? De situações que sabemos, no íntimo, que não vão acontecer, às que jamais podemos prever, tudo acaba sendo motivo de sobressaltos, alerta, coração descompassado, peito apertado e muito desconforto, inclusive físico.

Dicas para lidar melhor com o isolamento social
Respire, mantenha uma rotina, faça exercícios sempre que possível, converse com as pessoas que ama, mesmo à distância. Tenha projetos/planos/objetivos, mesmo que eles sejam para depois que a pandemia passar. Não espere ter certezas, se eles darão certo ou não, ou se vão ser aceitos, apenas faça o que for possível no momento.
Nosso dia a dia é pautado no calendário. Quantas vezes sentimos um frio na barriga porque algo “está chegando”. E a única forma de não se deixar assolar por ele é viver o hoje. Então, chegou o momento de esquecer um pouco do calendário, sábado e domingo são dias como qualquer outro, já que estaremos em casa. Então, misturar trabalho e momentos de lazer todos os dias pode ser a melhor forma de se manter ativo, mas calmo.

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