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Meditação, autocompaixão e menos estresse no trabalho



Uma liderança compassiva, amorosa e dedicada ao bom desempenho de sua equipe tem pela frente um longo caminho de equilíbrio e autoacolhimento a trilhar. E uma dessas rotas passa pela mindfulness. Esta técnica simples de meditação, desconectada de qualquer religião ou doutrina, traz muitos benefícios. O principal deles é exercitar a mente, permitindo que todas as experiências do momento estejam presentes.

As práticas de meditação mindfulness estimulam o desenvolvimento do córtex pré-frontal, que a neurociência define como a área do cérebro responsável por diferentes funções cognitivas, como atenção, julgamento, resolução de problemas, discernimento, pensamento crítico, organização, priorização, controle de impulsos, perseverança, regulação emocional e aprendizado contínuo a partir das experiências.

Embora não pareça, algumas percepções que possamos ter de nós mesmos em determinados períodos ou situações, como distrações, procrastinação, hiperatividade, falta de organização, baixa capacidade de julgamento, ansiedade, dificuldade para gerir o tempo, atrasos constantes, são indicativos de que há algo “desregulado” em nosso córtex pré-frontal.

A meditação mindfulness vem acompanhada de muitos benefícios. A lista é extensa, mas podemos colocar entre os principais efeitos a clareza mental e a facilidade na hora de tomar decisões. Como técnica, também propicia o desenvolvimento da autoconsciência e a consciência das emoções, que nos leva a não mais reagir de maneira intempestiva.

Como prática meditativa contemplativa multissensorial, a mindfulness não requer grandes condições para ser aplicada. Podemos meditar caminhando, enquanto fazemos um intervalo para o lanche, em pé, repousando, e mesmo quando estamos alongando a musculatura corporal nas pausas laborais.

A meditação também surte efeitos importantes na redução do estresse. Pesquisa realizada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, juntamente com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Instituto Appana Mind, revelou que uma hora e quinze minutos de meditação, três vezes por semana, ao longo de dois meses, conseguiu reduzir à metade a concentração do cortisol, o hormônio do estresse, em um grupo de cuidadores de doentes de Alzheimer, categoria profissional em que se verificam índices altíssimos de estresse.

Para quem está começando, ou quer começar a meditar, justamente para ter mais equilíbrio e entendimento de suas emoções e atitudes, recomendamos as “três respirações conscientes”.

Eis aqui um exemplo prático: antes de iniciar uma reunião, de responder e-mails, de enviar mensagens de WhatsApp, de fazer uma refeição, a cada hora meia ou a cada 30 minutos, coloque um lembrete no alarme do celular e pause por alguns segundos para retomar o foco.

Faça assim: com três respirações, traga a sua atenção para o momento presente. Inspire e atente-se à sua respiração, ao seu corpo e à sua mente, perguntando-se: o que é importante agora?

Este exercício muito simples orienta o foco para o momento presente. E quanto mais presentes estivermos conosco, mais seremos capazes de oferecer a atenção plena ao outro.

 

Mais autocompaixão, por favor

A liderança compassiva pressupõe disposição para ajudar a equipe a se sentir segura e cumprir os objetivos. Mas tão importante para o gestor quanto ter este direcionamento é tratar-se sempre com gentileza.

Neste sentido, a prática da autocompaixão é fundamental para que a liderança enfrente um eventual fracasso com leveza, exercitando a coragem e a resiliência para tentar novamente e com mais vontade.

Exercer a autocompaixão, tendo a meditação mindfulness como aliada, nos ajuda a enfrentar os desafios com mais clareza da realidade. E nunca se esqueçam: quanto mais presentes, mais autoconscientes somos das nossas necessidades.

Vamos praticar?

No YouTube, disponibilizo um vídeo que gravei sobre a prática da autocompaixão. 

Pratique assim que puder




Meditação ajuda a reduzir estresse



Desde 2019, pacientes em reabilitação do INTO podem participar de sessões guiadas promovendo equilíbrio e vitalidade

O Dia Mundial de Combate ao Estresse, celebrado no próximo dia 23, chama a atenção para os cuidados com o bem-estar emocional, sobretudo em tempos de pandemia. A prática da meditação pode ser uma importante aliada na redução dos níveis de estresse e ansiedade. No Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), no Rio de Janeiro, a atividade – já reconhecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – vem contribuindo, desde 2019, para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 

Segundo Raphael Rezende, fisioterapeuta responsável pelo grupo de meditação do INTO, as práticas podem promover benefícios imediatos, como sensações de tranquilidade e bem-estar, que são extremamente raras na realidade de muitas pessoas, considerando o acelerado ritmo da vida contemporânea.

"Eu tento construir práticas simples de serem replicadas em casa, que caibam no cotidiano das pessoas. Quando a atividade é realizada de maneira frequente, ela reduz as dores e contribui para que as percepções físicas e a integração mente-corpo sejam mais apuradas", explicou o fisioterapeuta.

Para a paciente Maria das Graças, de 67 anos, a meditação passou a fazer parte do cotidiano. “Eu não deixo de faltar nenhuma reunião da meditação no INTO, porque sei que vou sair renovada, pronta para cumprir minhas tarefas. Faço a meditação há mais de um ano, desde que amputei uma parte da perna, e essa atividade passou a me fortalecer todos os dias”.

Frequentando as sessões de meditação também há mais de um ano, a paciente Sandra Lúcia Bastos, de 62 anos, conta que a prática tem sido ferramenta importante no alívio das dores causadas pela fibromialgia. “Eu não conseguia ter uma noite de sono tranquilo, devido às fortes dores que sentia. A meditação me trouxe qualidade de vida”, detalha Sandra.

Interrompidas de março a agosto do ano passado por conta da pandemia, as atividades de meditação - que já beneficiaram cerca de 60 pessoas - precisaram ser readaptadas e hoje acontecem quinzenalmente, recebendo de três a quatro pacientes por sessão.

"Atualmente, nós temos um grupo de 30 pacientes que frequentam regularmente as sessões. A meditação é uma atividade que, habitualmente, as pessoas não têm acesso. Então, ver o engajamento desses pacientes é um ganho enorme não só para a atividade, mas também para o meu trabalho", comemora Raphael.

A atividade oferecida pelo INTO é, na maioria das vezes, o primeiro contato dos pacientes com a meditação. A paciente Lucia Regina de Lima, de 59 anos, relata que esse tratamento a ajudou, não só a lidar com as dores após cirurgia de ombro, mas também na vida pessoal. “Eu moro sozinha e a meditação passou a ser um apoio na minha vida. Não sei o que faria, caso não tivesse acesso a essa atividade do INTO. Foi algo transformador para mim”, conclui.

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