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Psicóloga orienta como minimizar os efeitos negativos do consumo das redes sociais



Atualmente as redes sociais podem proporcionar impactos positivos e negativos, assim como todas as mídias existentes. Como em diversas áreas, a pandemia também impulsionou e aumentou o uso diário das pessoas nas plataformas Facebook, Instagram, Twitter. Ao mesmo tempo se percebe uma maior incidência de doenças como depressão, ansiedade e outros transtornos psicológicos, que acabam sendo agravadas devido ao excesso do consumo virtual.

A professora e coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Cesuca, Paola Vargas Barbosa, explica que o consumo digital atualmente apresenta um cenário positivo e negativo pertinente as diversas possibilidades que essa conexão rápida proporciona.

“Hoje as redes sociais permitem o contato entre as pessoas em todo lugar do mundo. É possível acompanhar os sobrinhos à distância, encontrar os amigos da época do colégio, seguir os sucessos de alunos egressos. Também se construiu um espaço de "voz" para diversas pautas. Muitos grupos minoritários que não tem acesso à grande mídia puderam se fazer ouvir, e trazer suas discussões para um enorme número de pessoas. O acesso a diversos assuntos por meio da grande mídia ou da mídia alternativa se tornou mais rápido, acessível e “na palma da mão", e toda essa facilidade permitiu o engajamento da população em diversas ações - virtuais ou mesmo presenciais”, explica a psicóloga.

Por outro lado, há impactos negativos também. “Alimentamos a lógica da aparência. Muitos de nós sentimos que nossas vivências têm mais significado quando expostas para o mundo por meio das redes sociais. Assim, passamos a curtir menos os passeios, a vista linda, o encontro com os amigos, a família, e nos vemos preocupados com a melhor pose, o melhor local para a selfie, o clique do prato de comida que eu ainda nem experimentei. Esse pensamento tende a ser tóxico para muitos de nós. Não só pela preocupação com uma vida perfeita, mas também por uma percepção errônea sobre mim e sobre minhas vivências. Digo, nas redes sociais todos os casamentos são perfeitos, todos os filhos são lindos e obedientes, todos os alunos são esforçados. E quando nos comparamos com esse modelo idealizado - e irreal -, nossas dificuldades do dia a dia parecem só nossas, e que apenas a gente vive problemas, enfrenta desafios. E isso tem inúmeros impactos”, enfatiza Paola. 

Segundo uma revisão de literatura realizada pelas autoras brasileiras Silva, Japur e Penaforte, as redes sociais têm impactos negativos na percepção da imagem de seus usuários, influenciando níveis de insatisfação corporal, estados de humor e autoestima, especialmente quando o foco da analise são jovens e adolescentes.

Pensando em ajudar a minimizar esses efeitos negativos na vida das pessoas, a psicóloga e professora do Cesuca elencou dicas para driblar o consumo tóxico das redes sociais. Confira.

  1. Reflexão. Como quase tudo na vida, o controle de efeitos negativos vem de reflexão. É importante analisar: “como utilizo meu tempo nas redes sociais? Vendo o que?” É claro que podemos pensar que as redes sociais nos permitem ocupar nossa cabeça com o nada. Talvez rolar o feed me faça descansar ou rir depois de um dia cheio no trabalho também. Ao mesmo tempo pode estar me afastando de uma boa conversa com o meu filho ou do meu tempo adequado de sono. Por isso a reflexão é necessária.
  2. Tempo gasto nas redes. O "tempo ideal" será diferente para cada um de nós. Mas é preciso estar atento: quando estamos gastando tempo demais nisso e falta tempo para outras coisas importantes (como me relacionar, descansar ou dormir), algo pode estar errado.
  3. Analisar o impacto do que está vendo nas redes sociais. Outro ponto a se pensar é: que resultado estar nas redes sociais produz em mim? Fico preocupado com o que como, visto, faço depois de ver o que os outros postam na rede? Me sinto pior sobre mim mesmo? Acho que só eu tenho problemas ou dificuldades? Então, talvez seja hora de diminuir meu tempo de exposição para me dar conta que as redes não expõem a vida como ela é. 
  4. Se estar nas redes sociais me faz mal, preciso entender que eu tenho o poder de mudança. Você pode fazer melhores escolhas se essas tem produzido sofrimento. Se você tem dificuldade de controlar seu tempo na rede, estipule limites e horários. Coloque um alarme no celular te avisando quando é hora de começar e terminar meu tempo de exposição e consumo nas redes.
  5. Outras interações. Encontre outras atividades que te dão o resultado que você busca sem te causar tanto sofrimento. Quer postar as fotos para compartilhar sua alegria, mas se sente cooperando com a lógica da aparência e isso te faz mal? Envie as fotos apenas para um grupo restrito de amigos ou familiares. Quer apenas descansar mais perde o limite (gastando tempo demais) quando está nas redes? Escolha assistir um filme, uma série ou sentar num parque ao invés de entrar nas redes. 
  6. Ausência das redes. Para algumas pessoas, sair da rede por um tempo terá efeitos mais positivos e relevantes do que qualquer dessas estratégias, o que também é uma opção importante a se considerar.

Por fim, a docente ressalta que é importante reforçar que crianças e adolescentes não têm muito controle do seu tempo nas telas e redes sociais, nem a maturidade para as reflexões necessárias sobre as discussões mais adequadas, das diferenciações entre fake news e informações verídicas, e nem do filtro sobre o mundo de aparências das redes. “Portanto, é preciso que os pais se responsabilizem e criem limites de tempo de uso e espaços mais adequados. É preciso estar atento ao que crianças e adolescentes veem e com quem conversam. Com adolescentes especialmente, um espaço de conversa aberto é sempre útil e protetivo”, finaliza. 

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