Diferenças entre gripe e resfriados e medidas de prevenção e tratamento
A gripe é uma infecção viral causada pelo vírus Influenza, um vírus respiratório com três tipos: A, B e C. O vírus C causa quadros clínicos leves, já o A e B são responsáveis pelas epidemias sazonais. Marta Fragoso*
O resfriado comum é também uma infecção viral causada pelo adenovírus, coronavírus, rinovírus, parainfluenza ou o vírus sincicial respiratório com muitos subtipos e grande variabilidade.
Não há cura para o resfriado comum, apenas medicações sintomáticas. Já para a gripe há possibilidade de utilizar uma medicação antiviral denominada de Tamiflu (princípio ativo Oseltamivir), que bloqueia a replicação viral e reduz a duração dos sintomas e a gravidade da doença, além da prevenção através da vacinação para algumas cepas que causam quadros mais graves.
Resfriado costuma manifestar-se com congestão nasal, dor de garganta, coriza e eventual febre baixa. A gripe tem estes sintomas mais pronunciados com febre alta, fortes dores musculares e articulares, dor de cabeça intensa atrás dos olhos, diarréia e vômitos em crianças (em função da relativa imaturidade do trato gastrointestinal que os faz absorver mais vírus com mais sintomas intestinais), dor de garganta e pode disseminar-se até os pulmões complicando com pneumonia, insuficiência respiratória e óbito.
Resfriado é mais comum na primavera e verão, associado com os quadros alérgicos. A gripe é mais comum no outono e no inverno.
Você pode perceber as diferenças entre gripe e resfriado pela gravidade e duração dos sintomas. Resfriados e gripes geralmente são sintomáticos entre 7 e 10 dias, mas a gripe pode cursar com sintomas de até 3 a 4 semanas sem a presença ativa do vírus mas em função da reação inflamatória imunológica viral.
Para a prevenção de ambos as medidas são similares: adesão á higiene de mãos, não compartilhar copos ou outros objetos de uso pessoal, evitar ambientes fechados sem ventilação adequada e aglomerados, alimentação e repouso equilibrados, utilizar lenço descartável e cobrir a boca ou nariz ao espirrar ou tossir, evitar tocar mucosas de boca, nariz e olhos.
Para a gripe a melhor medida de prevenção é a vacinação disponível contra as 4 cepas que costumam evoluir com maior gravidade: influenza A (H1N1), influenza A (H3N2) e 2 subtipos de Influenza B. No serviço público se encontra a trivalente que comporta a proteção contra H1N1, H3N2 e um subtipo de influenza B e no serviço privado se encontra a trivalente e a quadrivalente que, além de proteger contra H1N1 contém também a proteção contra os dois subtipos de influenza B. Em geral os anticorpos protetores após a vacina estão presentes entre 2 a 3 semanas, confereindo imunidade por 6 a 12 meses, desta forma exigindo vacinação anual.
A vacina deve ser indicada, no mínimo, para pessoas com comorbidades como cardiopatas, diabéticos, imunodepremidos, doentes pulmonares crônicos, gestantes, puérperas, idosos, reclusos, indígenas, profissionais da saúde.
*Dra. Marta Fragoso, médica infectologista do Hospital VITA, Gerente de Risco e da Qualidade, RT Centro de Vacinas Hospitais VITA